As redes sociais já fazem parte da rotina de praticamente todos os universitários. Elas ajudam a manter contato com amigos, acompanhar tendências, participar de grupos da faculdade e até encontrar oportunidades acadêmicas e profissionais. Mas, por trás dessa conexão constante, existe um impacto real que pode mexer com a saúde mental dos estudantes, tanto de forma positiva quanto negativa.
O lado bom das redes sociais: conexão e apoio
Antes de apontar os problemas, é justo lembrar os benefícios. Para muitos estudantes, as redes sociais funcionam como um espaço de apoio emocional, onde é possível se conectar com pessoas que vivem experiências parecidas. Participar de grupos de estudo, comunidades acadêmicas e até fóruns de desabafo pode aliviar a solidão que às vezes aparece na vida universitária.
Além disso, elas podem ser ferramentas para aprender algo novo, acompanhar professores, profissionais e até descobrir oportunidades de estágio ou eventos interessantes no campus.
O lado ruim das redes sociais: comparação constante e pressão invisível
O problema aparece quando o uso das redes sociais ultrapassa os limites saudáveis. A comparação com colegas, influenciadores ou até amigos próximos cria uma pressão silenciosa: é como se todo mundo tivesse a vida perfeita, menos você. Essa sensação alimenta inseguranças, baixa autoestima e pode desencadear ansiedade.
O famoso “fear of missing out” (FOMO) — aquele medo de estar perdendo algo — também é alimentado pelo excesso de tempo online. Cada postagem vira um lembrete do que você não está fazendo.
Redes sociais e saúde mental: a questão do tempo de tela
Passar horas rolando o feed pode parecer inofensivo, mas o excesso mexe com o bem-estar emocional. A dopamina liberada em cada curtida ou comentário cria uma relação de dependência. Com o tempo, o estudante pode se sentir drenado, improdutivo e até com dificuldades para se concentrar nos estudos.
👉 Inclusive, já falamos sobre o impacto do excesso de feed na produtividade. Se quiser se aprofundar, vale dar uma olhada neste conteúdo do HiCampi.
Redes sociais e saúde mental: impacto no sono dos estudantes
Um dos efeitos mais comuns do uso excessivo das redes sociais é a alteração no sono. Muitos universitários ficam presos ao celular até tarde, rolando o feed sem perceber o tempo passar. Essa prática reduz a qualidade do descanso e, consequentemente, afeta concentração, memória e disposição no dia seguinte.
Quando a privação de sono se soma à pressão acadêmica, os impactos na saúde mental ficam ainda mais evidentes. Criar uma rotina de “higiene do sono”, como desligar notificações e evitar telas antes de dormir, pode ser um passo importante para recuperar o equilíbrio.
Redes sociais e saúde mental: a cultura da comparação
Não é só a vida pessoal que entra na disputa silenciosa das redes: notas, estágios, intercâmbios e até conquistas acadêmicas acabam virando motivos de comparação. Essa pressão pode gerar sentimentos de inadequação, como se o estudante estivesse “ficando para trás”.
Reconhecer que cada trajetória é única e que as redes mostram apenas recortes da vida ajuda a reduzir essa sensação. Universitários podem transformar o ambiente online em algo mais saudável ao seguir perfis que valorizem autenticidade e não apenas resultados.

O papel das redes na construção da identidade universitária
Durante a faculdade, muitos jovens ainda estão descobrindo quem são, quais valores carregam e como desejam se posicionar no mundo. As redes sociais, nesse contexto, funcionam como palco de experimentação.
Essa exposição pode fortalecer a autoestima, mas também gerar crises de identidade quando o estudante se sente pressionado a performar algo que não corresponde à sua realidade. Entender esse processo é essencial para cuidar da saúde mental e usar as redes como aliadas na construção de uma identidade mais sólida.
Redes sociais e saúde mental: o perigo da desinformação
Outro ponto importante é a quantidade de informações que circulam nas plataformas. Entre dicas de estudo, conteúdos sobre saúde e até discussões políticas, nem sempre o que aparece no feed é confiável.
O excesso de notícias negativas ou falsas pode aumentar o estresse, a sensação de insegurança e a sobrecarga mental. Desenvolver um olhar crítico, checar fontes e limitar a exposição a conteúdos tóxicos é fundamental para manter a mente mais tranquila.
Como as redes sociais podem potencializar a vida acadêmica
Apesar dos riscos, também é possível usar as plataformas de forma estratégica para o crescimento universitário. Seguir professores, páginas acadêmicas, grupos de pesquisa e iniciativas de extensão pode abrir portas para experiências valiosas.
Assim, as redes deixam de ser apenas uma distração e passam a contribuir para o desenvolvimento pessoal e acadêmico. Essa mudança de foco ajuda a reduzir o uso automático e fortalece a relação positiva com a tecnologia.
Como equilibrar o uso das redes sociais?
O segredo não é abandonar as redes, mas aprender a usá-las de forma mais consciente. Algumas estratégias podem ajudar:
Definir horários de uso: evitar mexer no celular durante os estudos e criar intervalos específicos para checar notificações.
Curadoria do feed: seguir pessoas e páginas que agregam valor à rotina, em vez de só reforçar comparações.
Praticar detox digital: tirar alguns dias ou horários livres de redes para perceber o impacto no humor.
Trocar parte do tempo online por hobbies offline: esportes, arte, música ou qualquer atividade que traga prazer sem depender de curtidas.
Redes sociais como aliadas da saúde mental
Nem tudo precisa ser um problema. Muitas páginas e criadores de conteúdo falam sobre bem-estar, autoconhecimento e psicologia de forma acessível. Seguir esse tipo de perfil pode ser uma forma de transformar o feed em algo positivo.
Além disso, conversar com colegas em grupos de apoio online pode aliviar a pressão dos estudos e criar um senso de comunidade que vai além das salas de aula.
O papel da universidade nesse cenário
As instituições também podem ajudar. Incentivar debates sobre saúde mental, criar campanhas de uso consciente das redes sociais e oferecer espaços de apoio psicológico faz toda a diferença. Quando a universidade se posiciona nesse tema, o estudante entende que não está sozinho nesse desafio.
Equilíbrio é a chave
As redes sociais fazem parte da vida acadêmica e não precisam ser encaradas como vilãs. O grande desafio está em equilibrar os benefícios da conexão com os riscos da comparação constante. Quando o estudante aprende a usar essas plataformas de forma consciente, a saúde mental agradece — e os estudos também.