Melhores e piores universidades do Brasil pelo RUF 2024

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Melhores e piores universidades RUF 2024
Foto: reprodução/Freepik
Texto por: Lucca Mendonça

O Ranking Universitário Folha (RUF) de 2024, divulgado pela Folha de S. Paulo, é uma das principais avaliações das universidades brasileiras. Ele é realizado anualmente desde 2012. Este ranking se destaca por analisar de forma abrangente todas as universidades ativas no Brasil, englobando instituições públicas, privadas e comunitárias. O ranking abrange todas as instituições distribuídas por todas as regiões do país.

Como funciona o RUF

Ao todo, são avaliadas 203 universidades. O levantamento se baseia em uma combinação de dados nacionais e internacionais, além de duas pesquisas de opinião públicas conduzidas pelo instituto Datafolha. Essas pesquisas são realizadas com alunos, ex-alunos e colaboradores das instituições. Com base nos dados, é feita uma análise não apenas quantitativa, mas também qualitativa, incluindo a percepção daqueles que convivem diretamente com essas universidades.

Os critérios do RUF

O RUF utiliza cinco critérios principais para compor o ranking. Cada um deles possui um peso específico na nota final das universidades. O principal critério é a pesquisa acadêmica, que contribui com 42% da nota final. Esse critério leva em consideração a produção científica das universidades, ou seja, a quantidade e a qualidade de artigos publicados, citações em trabalhos de outros pesquisadores. Além disso, também está inclusa a participação em redes de pesquisa, entre outros fatores relacionados ao desenvolvimento do conhecimento. O segundo critério mais relevante é o ensino, que responde por 32% da nota. Aqui, são avaliados aspectos como a qualificação dos professores (número de doutores e mestres), infraestrutura oferecida para o aprendizado e a satisfação dos alunos.

O mercado, que mede a reputação da universidade no meio profissional, é o terceiro critério. Seu peso é de 18% na avaliação. Essa métrica é especialmente importante para medir como as universidades preparam seus estudantes para o mercado de trabalho. Ela é baseada em entrevistas com empregadores de diversos setores que avaliam a qualidade dos profissionais formados por essas instituições. Em seguida, temos o critério de inovação, com 4% do peso total, que considera a capacidade das universidades em gerar patentes e tecnologias inovadoras. Finalmente, está o critério de internacionalização, também com 4% de peso. Ele avalia o quanto as universidades estão conectadas globalmente, considerando a presença de professores e estudantes estrangeiros, intercâmbios, publicações em coautoria com pesquisadores internacionais, entre outros aspectos que demonstrem a integração dessas instituições com o cenário acadêmico mundial.

Melhores universidades RUF 2024
Foto: reprodução/Freepik

As melhores universidades

A liderança do ranking permanece com a Universidade de São Paulo (USP). Ela se manteve no topo em quase todos os anos desde a criação do RUF, com exceção de dois anos em que foi superada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2024, a USP obteve uma pontuação geral de 98,83, em uma escala que vai de 0 a 100. Esse desempenho impressionante se deve à sua alta performance em todas as bases avaliadas, especialmente em pesquisa e ensino. No entanto, a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) ficou muito próxima, com uma nota geral de 98,12. Isso demonstra sua forte presença tanto em pesquisa quanto no ensino de qualidade.

Outras universidades que aparecem nos primeiros lugares do ranking incluem a UFRJ, que frequentemente disputa as primeiras posições. Além dela, outras universidades federais e estaduais de grande destaque: instituições como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Estadual Paulista (UNESP) também figuram entre as primeiras colocadas. Tais universidades são reconhecidas por sua excelência em diversas áreas de ensino e pesquisa.

A pior universidade

No entanto, o ranking também destaca a disparidade entre as instituições de ensino superior no Brasil. Enquanto algumas universidades alcançam níveis de excelência em vários critérios, outras enfrentam dificuldades em obter bons resultados. Na ponta oposta da lista, a Universidade de Gurupi (UnirG), localizada no estado do Tocantins, ocupa a última posição do ranking, com uma pontuação de apenas 3,97. Essa posição reflete os desafios enfrentados por universidades de menor porte, especialmente aquelas localizadas em regiões mais afastadas dos grandes centros acadêmicos e industriais do país.

Explorando o RUF

Uma das grandes vantagens do RUF é a possibilidade de explorar o ranking de acordo com diferentes filtros. Os usuários podem, por exemplo, pesquisar uma universidade específica para ver como ela se sai em cada uma das cinco bases que compõem a avaliação. Também é possível filtrar o ranking por estado, o que permite uma visão mais localizada do desempenho das universidades, facilitando a comparação entre instituições de uma mesma região. Além disso, há a opção de dividir as universidades por porte, considerando o número de alunos matriculados, ou por ano de fundação, o que pode oferecer uma perspectiva sobre o impacto do tempo de existência no desempenho institucional.

O RUF tem um impacto significativo no debate sobre a qualidade do ensino superior no Brasil. A partir dos dados divulgados, é possível identificar não apenas as melhores universidades, mas também os principais desafios enfrentados pelo setor. Por exemplo, a diferença de desempenho entre universidades públicas e privadas é um ponto que chama a atenção. De modo geral, as universidades públicas, especialmente as federais e estaduais de maior tradição, tendem a ter um desempenho superior, principalmente devido ao volume e à qualidade da pesquisa realizada nessas instituições. No entanto, há exceções importantes, com algumas universidades privadas apresentando excelentes desempenhos em áreas específicas, como inovação e inserção no mercado de trabalho.

Sala de aula com universitários, com base no RUF 2024
Foto: reprodução/Freepik

Desigualdades

Além disso, o ranking também reflete as desigualdades regionais no Brasil. Enquanto as universidades das regiões Sudeste e Sul dominam as primeiras posições, universidades de outras regiões, como Norte e Nordeste, muitas vezes enfrentam maiores dificuldades, seja por falta de recursos, seja por estarem localizadas em áreas menos desenvolvidas economicamente. Ainda assim, algumas universidades dessas regiões conseguem se destacar, como é o caso da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que têm apresentado boas performances em pesquisa e ensino.

Outro ponto relevante é o critério de internacionalização, que tem se tornado cada vez mais importante no cenário acadêmico global. Universidades que conseguem atrair estudantes e professores estrangeiros e que têm uma presença significativa em redes de pesquisa internacionais tendem a se destacar nesse aspecto. Isso não apenas melhora o intercâmbio de conhecimento, mas também aumenta a visibilidade dessas instituições no cenário global, o que pode atrair mais investimentos e colaborações internacionais.

Por fim, o RUF também serve como uma ferramenta importante para estudantes que estão em busca de informações sobre onde estudar. O ranking permite que eles avaliem as universidades de acordo com seus próprios critérios de interesse, seja a qualidade do ensino, as oportunidades de pesquisa, as conexões com o mercado de trabalho ou as possibilidades de intercâmbio e colaboração internacional. Para as universidades, o ranking também oferece um panorama claro de seus pontos fortes e fracos, servindo como uma bússola para direcionar esforços de melhoria e desenvolvimento institucional.

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