O que universidades podem aprender com o TikTok?

Enquanto muita gente ainda vê o TikTok como um aplicativo de dancinhas e trends passageiras, ele está, silenciosamente, reformulando o jeito de aprender e se comunicar. E talvez as universidades tenham muito a tirar dessa história.

Afinal, por que um vídeo de 30 segundos consegue explicar um conceito complexo melhor do que uma aula inteira? A resposta pode estar em algo que vai além dos filtros e músicas virais: a forma como o TikTok entende o comportamento humano e transforma curiosidade em aprendizado.

O que as universidades podem aprender com o TikTok

Aprendizado rápido e direto ao ponto

O TikTok se tornou o laboratório perfeito para entender como a geração atual consome informação. Enquanto professores lutam com slides longos e aulas expositivas, os criadores da plataforma dominam a arte da síntese. Em poucos segundos, eles explicam conceitos de física, dão dicas de finanças ou ensinam como montar um TCC.

As universidades poderiam se inspirar nesse formato para repensar metodologias de ensino, tornando o conteúdo mais acessível, dinâmico e conectado à linguagem dos estudantes. Um vídeo curto pode ser o início de um aprendizado mais profundo — basta enxergar o TikTok como um aliado, não um concorrente.

Aliás, nós já falamos sobre isso no texto O que o TikTok está ensinando mais rápido que a sua faculdade. Vale a leitura!

A força da autenticidade: o novo jeito de se comunicar

No TikTok, o público valoriza a autenticidade mais do que a perfeição. Pessoas reais, com linguagem simples e histórias próprias, geram mais impacto do que produções cheias de efeitos.

As universidades podem aprender aqui uma grande lição: os alunos não querem apenas absorver conteúdo, querem se identificar com ele. Um professor que compartilha experiências, erra e reflete junto com a turma é muito mais inspirador do que aquele que fala como se estivesse num pedestal.

Se as instituições de ensino trouxessem essa energia mais humana para suas salas de aula — presenciais ou virtuais —, o aprendizado poderia se tornar mais leve e envolvente.

Engajamento é sobre diálogo, não discurso

Enquanto muitas universidades ainda funcionam no modo “monólogo”, o TikTok é pura troca. Comentários, duetos e colaborações criam uma comunidade viva de aprendizagem.

Imagine se as universidades estimulassem esse mesmo tipo de diálogo: fóruns ativos, projetos colaborativos entre cursos diferentes, aulas interativas e desafios criativos que incentivem a participação.

O engajamento que o TikTok desperta vem da sensação de pertencimento. É quando o estudante sente que faz parte da construção do conhecimento — e não apenas o recebe de forma passiva.

Universidades e o desafio da atenção: o que o TikTok já entendeu

As universidades enfrentam um dos maiores desafios dos tempos digitais: manter a atenção dos alunos em um mundo cheio de distrações. Enquanto muitas ainda se apoiam em aulas longas e pouco interativas, o TikTok entendeu que a chave está em captar o interesse rapidamente.

Isso não significa que o ensino deva ser superficial, mas que pode ser mais estratégico. Dividir o conteúdo em blocos menores, usar recursos visuais e criar momentos de participação ativa são práticas que tornam o aprendizado mais próximo do comportamento real dos estudantes.

Quando o TikTok se torna uma ponte entre universidades e o mundo real

O TikTok também mostra como o conhecimento pode ultrapassar os muros das universidades. Muitos criadores transformam conteúdos acadêmicos em vídeos práticos e acessíveis, aproximando o saber teórico da realidade cotidiana.

Estudantes de medicina explicam doenças com objetos do dia a dia, engenheiros mostram experiências com materiais simples, e professores de história reconstroem fatos com humor. Tudo isso cria uma ponte entre o universo acadêmico e o público em geral, tornando o aprendizado mais vivo e aplicado.

Criatividade como método de ensino

A criatividade é o combustível do TikTok. E, curiosamente, é também o que muitas universidades ainda tratam como algo “extra”. Mas, quando usada como ferramenta de aprendizado, ela muda tudo.

Na plataforma, os usuários reinventam jeitos de ensinar: encenam fatos históricos, dramatizam leis, criam músicas sobre fórmulas químicas. Esse tipo de experimentação desperta curiosidade, prende a atenção e gera memórias duradouras.

Incorporar práticas criativas no ensino universitário pode tornar o aprendizado mais prazeroso e menos “obrigatório”. Afinal, quando a experiência é divertida, o conhecimento se fixa naturalmente.

Outro bom exemplo de reflexão sobre esse impacto está em Como o TikTok e o Instagram estão impactando os estudos.

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Entenda como o formato do TikTok pode ser aplicado nas aulas visando o aprendizado eficiente. / Foto: Unsplash.

Como as universidades podem usar o formato do TikTok nas aulas?

As universidades podem aproveitar o formato do TikTok como uma ferramenta didática poderosa. Microvídeos explicativos produzidos por alunos, resumos de aulas apresentados em formato de “challenge acadêmico” e mini documentários curtos sobre temas estudados são só alguns exemplos.

Essas práticas estimulam a criatividade e o pensamento crítico, além de desenvolver habilidades de comunicação — algo essencial no mercado atual. O TikTok, nesse caso, pode se tornar uma extensão da sala de aula, transformando o aprendizado em algo participativo e divertido.

O algoritmo como metáfora do aprendizado personalizado

O TikTok entende o que o usuário quer ver antes mesmo de ele perceber. É o algoritmo trabalhando para entregar o conteúdo certo, no momento certo. E se as universidades aplicassem esse mesmo princípio na educação?

Com o uso inteligente de dados e tecnologia, seria possível adaptar o conteúdo às necessidades individuais de cada estudante. Em vez de um modelo único de ensino, poderíamos ter trilhas personalizadas de aprendizado, ajustadas conforme o ritmo, interesse e dificuldades de cada pessoa.

O que o TikTok faz com entretenimento, as universidades poderiam fazer com educação: tornar o processo de aprendizado mais personalizado, responsivo e eficaz.

O papel das universidades na formação de criadores de conteúdo

As universidades têm a chance de ir além do ensino tradicional e, inclusive, formar criadores de conteúdo conscientes. Em vez de enxergar o TikTok apenas como distração, as instituições podem ensinar os alunos a usar as redes com propósito — seja para divulgar ciência, compartilhar projetos sociais ou comunicar ideias de forma acessível.

Essa visão mais moderna prepara os estudantes para o mundo digital com responsabilidade, senso crítico e criatividade. Assim, o ambiente acadêmico também se torna um espaço de inovação e expressão.

A conexão emocional como diferencial

O sucesso do TikTok não está apenas no formato, mas na conexão emocional que cria. Os vídeos que viralizam são aqueles que fazem rir, pensar ou se identificar. Isso também vale para o ensino.

As universidades podem aprender que emoção e aprendizado não são opostos. Um conteúdo que desperta sentimentos — seja empatia, curiosidade ou admiração — se torna inesquecível. A educação, assim como o TikTok, pode ser uma experiência que toca e transforma.

O futuro da educação pode ser tão rápido quanto um vídeo de 15 segundos

O TikTok não vai substituir as universidades. Mas pode inspirá-las a mudar, a falar a língua dos alunos, a usar formatos mais criativos e a construir experiências mais participativas.

Afinal, o verdadeiro papel das universidades é formar mentes críticas e criativas. E, se o aprendizado do futuro for tão ágil e envolvente quanto um vídeo do TikTok, talvez estejamos diante de uma revolução que começa com um simples deslizar de tela.

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