Você já se pegou respirando fundo ao ver que não precisa sair, postar, aparecer ou acompanhar tudo o tempo todo? Esse suspiro de alívio tem nome: JOMO – Joy of Missing Out. Uma sensação que, diferentemente do FOMO (Fear of Missing Out), não vem da ansiedade de ficar de fora, mas do prazer genuíno de se desligar. Em tempos de notificações infinitas e feeds que nunca acabam, essa escolha de não participar virou quase um ato de rebeldia, principalmente entre quem está em busca de um respiro em meio ao caos digital.
E o mais curioso? A geração Z, conhecida por ser ultra conectada, está puxando esse movimento de frear o ritmo, desconectar com gosto e dizer “não, valeu” com um sorriso no rosto.
Dos mesmos criadores de FOMO…
Lembra do FOMO, o famoso medo de estar perdendo alguma coisa enquanto o mundo gira sem você? Ele dominou as redes e a cabeça de muita gente por anos, especialmente universitários que vivem cercados de convites, eventos e trends. Mas agora, uma nova sigla ganhou espaço e fez barulho silencioso nas timelines: JOMO.
Enquanto o FOMO grita que você precisa estar em todos os lugares ao mesmo tempo, o JOMO sussurra que tá tudo bem ficar de fora. E esse sussurro virou música para os ouvidos de quem cansou de performar o tempo todo.
O que é JOMO e por que está bombando entre jovens?
Se o FOMO já foi o hype, o JOMO chegou como um abraço quentinho. A sigla representa o prazer de ficar de fora, sim. Mas não de qualquer coisa: do que não faz sentido, do que pesa, do que é só mais um rolê vazio.
A lógica virou: se é pra sair, tem que ser por vontade e não por pressão social. Se é pra postar, que seja com propósito, e não pra manter uma pose.
E quem mais está sentindo esse alívio? Sim, eles: estudantes universitários, jovens adultos e a galera da geração Z, que cansou de parecer feliz 24/7. E que está aprendendo, aos poucos, que o “não” pode ser libertador.
Quem é a geração Z, afinal?
Pode anotar: geração Z é o nome dado às pessoas nascidas entre meados de 1995 e 2010. Ou seja, uma galera que já cresceu com a internet no bolso, acostumada a ver o mundo por telas e compartilhar a vida em tempo real.
É a geração dos memes, do TikTok, do multitasking e dos filtros. Mas também é a geração que começou a questionar tudo isso. Apesar de hiperconectada, essa turma vem mostrando que entende – como ninguém – o peso da exposição constante e os efeitos colaterais do digital.
Por isso mesmo, muitos deles estão ressignificando o que é presença. Estão aprendendo a desligar não por tédio, mas por autocuidado. O JOMO caiu como uma luva nesse processo de se reconectar com o que realmente importa.
O ciclo do excesso: quando estar em tudo cansa
Vamos combinar: a rotina universitária já exige demais. Aula, estágio, TCC, grupo de estudos, eventos, e claro, a vida social intensa – que muitas vezes parece obrigação. Com as redes sociais funcionando como vitrines perfeitas de tudo que a gente deveria estar fazendo, a cobrança bate mais forte.
Só que estar presente em tudo pode ser exaustivo. E foi aí que muita gente começou a questionar: será que eu preciso mesmo ir nesse rolê só porque “todo mundo vai”? Preciso mesmo assistir a todas as trends, responder a todas as mensagens, aceitar todos os convites?
Spoiler: não, você não precisa. E o JOMO está aqui pra te lembrar disso.
JOMO é desligar com propósito
A gente já falou aqui sobre desconectar como forma de sobrevivência e o quanto tirar um tempo offline pode fazer bem. Mas o JOMO vai além. Ele não é só sobre “sumir do mapa” – é sobre se conectar com o que realmente importa.
É aquele momento em que você recusa um evento, desinstala um app por uns dias ou silencia um grupo do WhatsApp e, em vez de se culpar, sente um alívio. Porque você sabe que fez isso por você, e não contra ninguém.
JOMO na prática: como exercitar essa alegria de perder
Se você tá a fim de testar esse novo estilo de vida (ou pelo menos dar uma respirada), aqui vão algumas ideias simples pra colocar o JOMO em ação:
Desmarcar com leveza: não quer ir? Tudo bem. Diga com gentileza e sem culpa.
Deixar o celular em casa: em alguns passeios, ir leve pode ser libertador.
Desinstalar apps por uns dias: sim, o mundo segue mesmo assim.
Criar rituais offline: leitura, caminhada, cozinhar, escrever – tudo sem precisar mostrar.
Filtrar convites: aceite só o que faz sentido real pra você.

Geração Z: conectada, mas cansada
Não é contraditório que justamente quem nasceu entre telas esteja buscando o contrário? Nem tanto. A geração Z cresceu vendo o impacto da exposição constante, lidando com ansiedade digital e entendendo rápido que nem tudo que reluz é feed perfeito.
Essa galera está criando novos critérios pra felicidade, onde o descanso não é preguiça, e ficar de fora pode ser um presente. Eles começaram a dizer “não” sem medo de perder, porque já entenderam que a paz de estar bem com o próprio tempo é mais valiosa que likes.
Aliás, se o FOMO ainda bate por aí, vale dar uma olhada nesse outro papo que tivemos sobre como ele afeta universitários.
Desconectar para se reconectar: um novo autocuidado
A lógica do “sempre online” já não cola como antes. A real é que todo mundo precisa de pausas, e a nova geração está trazendo isso à tona com mais coragem. Curtir a própria companhia, sair só quando quiser e ficar fora de um trend não é isolamento – é escolha consciente.
E sabe o que acontece quando a gente se permite dizer “não”? Surge espaço pra dizer “sim” pras coisas que realmente importam. O JOMO é esse convite: de perder o que pesa pra ganhar o que nutre.
JOMO é mais do que tendência: é alívio, é saúde
Aos poucos, o JOMO vem virando um mantra silencioso da geração Z. Um jeito de respirar fundo, dar um passo pra trás e escolher com carinho onde (e com quem) gastar a energia. Não se trata de virar antissocial ou desaparecer do mapa. É sobre presença com propósito. E, no fim das contas, dizer “não” pode ser exatamente o que faltava pra sua paz voltar a fazer sentido.
Se você se identificou com isso, talvez já esteja praticando o JOMO sem nem perceber. E se ainda não, fica o convite: experimente. Você não vai se arrepender de perder o que nunca te fez bem.