Você já se sentiu entediado, desmotivado e sem desafios na universidade ou no trabalho? Se a resposta for sim, você pode estar experimentando o boreout, um problema silencioso que afeta cada vez mais estudantes e profissionais. Diferente do estresse excessivo ou da sobrecarga, o boreout surge justamente quando não há estímulo suficiente, deixando sua produtividade e sua saúde mental em risco. Vamos entender melhor esse fenômeno e como lidar com ele.
O que é boreout?
O termo “boreout” nasceu como contraponto ao famoso burnout. Enquanto o burnout está ligado ao excesso de atividades e pressão, o boreout aparece quando a pessoa se sente subutilizada, entediada e desconectada do que faz. Imagine passar horas realizando tarefas repetitivas, sem desafios ou oportunidades de crescimento: é exatamente esse sentimento que caracteriza o boreout.
Embora muitas vezes seja confundido com preguiça, o boreout é, na verdade, um problema psicológico sério que pode afetar a motivação, o desempenho e até a autoestima.
Sintomas do boreout
O boreout pode se manifestar de diversas formas, tanto físicas quanto emocionais. Alguns sinais comuns incluem:
Falta de motivação para iniciar ou concluir tarefas.
Procrastinação constante e dificuldade de concentração.
Desinteresse pelas atividades acadêmicas ou profissionais.
Sensação de vazio ou inutilidade, mesmo quando se tem tempo livre.
Cansaço inexplicável e irritabilidade, apesar da baixa carga de trabalho.
Se você se identificou com alguns desses sintomas, é hora de prestar atenção, pois o boreout pode prejudicar não só seu desempenho, mas também sua saúde mental.
Como o boreout afeta a vida universitária
Na universidade, o boreout pode ser mais silencioso, mas não menos impactante. Estudantes que enfrentam tarefas pouco desafiadoras ou repetitivas podem sentir que suas habilidades não estão sendo usadas de forma produtiva. Isso pode resultar em:
Queda no rendimento acadêmico e notas mais baixas.
Desconexão com colegas e professores, gerando isolamento.
Perda de interesse por projetos extracurriculares, como grupos de estudo e atividades culturais.
Além disso, o tédio contínuo pode levar a sentimentos de frustração e ansiedade, criando um ciclo que afeta diretamente a saúde mental.
Leia também: FOMO: o que diz o termo em alta entre jovens e universitários.
Como o boreout impacta o ambiente de trabalho?
No trabalho, o boreout pode aparecer quando você se sente subestimado ou com tarefas que não desafiam suas capacidades. Isso afeta:
Produtividade: mesmo que você esteja fisicamente presente, seu engajamento cai.
Relacionamento com colegas e líderes: desinteresse pode gerar conflitos ou isolamento.
Crescimento profissional: oportunidades de desenvolvimento são perdidas por falta de iniciativa causada pelo tédio.
Reconhecer os sinais de boreout é o primeiro passo para evitar consequências mais sérias, como ansiedade crônica e desmotivação prolongada.
Boreout e o impacto na criatividade
Como o tédio limita ideias novas
Quando não há desafios, a mente tende a se acomodar, bloqueando ideias originais. Estudantes podem perder oportunidades de criar trabalhos inovadores, e profissionais podem sentir que suas habilidades ficam estagnadas.
Técnicas para estimular a criatividade
Pequenos exercícios podem ajudar: crie projetos paralelos, explore novas áreas de interesse, faça brainstorm sozinho ou com colegas. Manter a mente ativa ajuda a combater o boreout de forma produtiva.
Boreout digital: quando a tecnologia contribui para o tédio
Redes sociais e procrastinação
O excesso de tempo livre ou tarefas monótonas muitas vezes leva ao uso constante de redes sociais, o que piora o boreout e aumenta a sensação de estagnação.
Aplicativos que ajudam a combater o boreout
Ferramentas de organização, apps de aprendizado ou plataformas de desafios pessoais podem transformar momentos de monotonia em oportunidades de crescimento e engajamento.
Boreout e a vida social
Relações afetadas pelo tédio constante
O boreout pode gerar isolamento, afetando conexões com colegas, amigos e professores, o que impacta diretamente o bem-estar e a saúde mental.
Estratégias sociais para se manter engajado
Participar de grupos de estudo, clubes, atividades extracurriculares e eventos sociais ajuda a reduzir o tédio e aumenta o engajamento tanto acadêmico quanto profissional.

Boreout prolongado e riscos à saúde
Sinais de alerta físico e psicológico
Quando ignorado, o boreout pode gerar fadiga crônica, ansiedade e desmotivação profunda. Reconhecer esses sinais é essencial para evitar consequências mais sérias.
A importância de intervenções precoces
Mudanças na rotina, busca por desafios e até acompanhamento profissional podem prevenir que essa condição se torne um problema maior para sua vida acadêmica, profissional e emocional.
Estratégias para lidar com o boreout
Felizmente, existem formas de contornar o boreout e recuperar a motivação. Aqui vão algumas dicas práticas:
1. Busque desafios
Tente se envolver em projetos mais complexos ou crie metas próprias. Na universidade, isso pode significar participar de grupos de estudo, iniciação científica ou atividades extracurriculares. No trabalho, busque novas responsabilidades que estimulem suas habilidades.
2. Varie suas tarefas
A monotonia é inimiga da produtividade. Alterne entre atividades diferentes ao longo do dia para manter seu cérebro ativo e engajado.
3. Invista na saúde mental
Práticas de autocuidado são essenciais. Meditação, exercícios físicos, hobbies e pausas regulares ajudam a reduzir o impacto emocional do tédio. Confira também: Estratégias para lidar com o estresse e pressão acadêmica
4. Conecte-se com pessoas
Trocar experiências com colegas, amigos ou mentores pode trazer novas perspectivas e oportunidades de engajamento.
5. Reavalie suas prioridades
Pergunte a si mesmo se as atividades que você realiza estão alinhadas com seus objetivos pessoais e profissionais. Ajustar suas escolhas pode reduzir o boreout significativamente.
Quando procurar ajuda profissional
Se o tédio e a desmotivação persistirem mesmo após tentar estratégias de enfrentamento, procurar um psicólogo ou outro profissional de saúde mental pode ser fundamental. Eles podem ajudar a identificar causas mais profundas e fornecer ferramentas para lidar com essa condição de forma mais saudável.
Não subestime o boreout
O boreout pode parecer inofensivo, mas seu impacto na universidade, no trabalho e na saúde mental é real. Reconhecer os sinais, buscar desafios, variar atividades e cuidar do bem-estar emocional são passos essenciais para retomar o engajamento e a motivação. Lembre-se: sentir-se entediado ou subutilizado não é fraqueza, é um sinal de que mudanças são necessárias para uma vida mais equilibrada e produtiva.