A vida universitária virou praticamente um reality show em tempo real. Entre trabalhos, boletos e cafezinhos gelados na cantina, muitos estudantes encontraram nas redes sociais uma forma de se expressar, ganhar uns trocados ou simplesmente compartilhar suas experiências com quem passa pelos mesmos perrengues. E é aí que surge uma tendência que só cresce: o universitário como criador de conteúdo.
Não é exagero dizer que todo universitário conhece (ou é) alguém que já tentou viralizar um vídeo de apresentação, gravou um “estudando comigo” no TikTok ou criou uma conta no BeReal pra registrar os bastidores da faculdade. Mas o que está por trás dessa onda de criatividade espontânea que está tomando os campus e os feeds?
Entre o lifestyle e meme: a estética do universitário digital
Não dá pra falar dessa tendência sem citar os microinfluencers. São estudantes que não têm milhões de seguidores, mas movimentam suas comunidades com posts autênticos e bem-humorados. Eles compartilham desde looks do dia com o jaleco da enfermagem até threads sinceronas sobre TCC, passando por memes, receitas de miojo gourmet e dicas de organização.
O motivo? A galera está cansada de conteúdo plástico demais. A autenticidade virou o novo filtro — e quem entende de vida real são os estudantes. O dia a dia no campus rende cenas dignas de série da Netflix, e as redes sociais viraram a extensão da sala de aula, do bandejão e até das crises existenciais da madrugada.
Por que a universidade virou berço de creators?
Algumas respostas são bem simples: o ambiente universitário é naturalmente diverso, criativo e cheio de estímulos. Além disso, é onde muitos jovens estão explorando sua identidade e testando formas de se comunicar com o mundo. As redes viraram uma vitrine dessa fase intensa.
Outro fator é a pressão por produtividade e relevância. Em tempos de FOMO (Fear of Missing Out), muita gente sente que precisa mostrar algo, conquistar visibilidade ou até transformar um hobby em profissão. Falamos disso também neste outro post aqui.
E claro, existe também a chance de monetização. Plataformas como TikTok e Instagram já oferecem formas de remuneração mesmo para perfis menores. É aí que o conteúdo deixa de ser só zoeira e vira uma forma de empreender.
Como ser um criador de conteúdo sem surtar (ou flopar)?
Se você está pensando em virar criador de conteúdo ainda na faculdade, calma: não precisa investir em câmera 4K nem fazer curso de dublagem. Dá pra começar com o básico e se divertir no processo.
Aqui vão algumas dicas pra entrar na onda sem perder a vibe:
Escolha seu estilo enquanto criador de conteúdo
Gosta de zoar? Faça humor universitário, sketches e memes.
Prefere ensinar? Dê dicas de estudos, organização, leitura.
Curte estética? Mostre sua rotina, looks, bullet journal ou tour pelo campus.
O importante é ser você. A galera reconhece de longe quem está forçando um personagem só pra ganhar likes.
Use as plataformas certas
TikTok: ideal pra vídeos rápidos, trends e bastidores.
Instagram: bom pra conteúdo visual, carrosséis, stories e reels.
BeReal: perfeito pra mostrar o que está rolando sem filtro.
Você pode usar todas ou focar naquela que mais combina com o seu conteúdo (e sua paciência).
Cuidado com a saúde mental
É fácil se perder no feed e começar a se comparar com perfis que parecem sempre perfeitos. Mas por trás de cada vídeo editado, tem alguém também lidando com ansiedade, prazos e boletos.
A gente falou mais sobre isso nesse post: Redes sociais e produtividade: como não cair no limbo do feed. Vale dar uma olhada.
Crie uma rotina de criador de conteúdo que caiba na sua vida
Você não precisa postar todo dia. O ideal é ter constância sem se sobrecarregar. Estudar já dá trabalho, né? Faça o que for possível dentro da sua realidade. Se quiser, monte um cronograma simples e veja os horários mais leves da semana pra gravar ou editar.
Interaja com quem te acompanha
Criar conteúdo é trocar. Responder comentários, conversar nos stories e ouvir sugestões pode fazer toda a diferença na sua evolução como creator. Além disso, essa interação ajuda a criar uma comunidade que realmente curte o que você faz — e não só vê por ver.
E o algoritmo, como fica?
Outro ponto que dá pra explorar é o “jogo” com os algoritmos. Isto é, muita gente entra na criação de conteúdo achando que vai bombar com o primeiro post e, quando isso não acontece, bate a frustração.
Falar sobre como os algoritmos funcionam (e como nem sempre eles são “justos”) ajuda a desmistificar a jornada. Dica: incentive os universitários a criarem pensando mais em conexão do que em viralização. Inclusive, um post que impacta 30 pessoas da sua sala pode valer mais do que 3.000 views aleatórios.

Spoiler: você não precisa ser influencer para criar conteúdo
Muita gente pensa que virar criador de conteúdo significa ter milhares de seguidores ou fechar publis com marcas famosas. Mas a real é que você pode fazer isso só por curtir, por registrar a vida ou até pra criar um portfólio legal.
Além disso, criar conteúdo ajuda a desenvolver habilidades valiosas: comunicação, criatividade, edição, organização… Coisas que contam pontos em qualquer área, inclusive no mercado de trabalho.
Criar conteúdo também é portfólio
Além da diversão, muitos universitários estão percebendo que seus perfis nas redes sociais podem funcionar como uma vitrine profissional. Mostrar habilidades de edição, comunicação, storytelling ou até engajamento pode ser um baita diferencial na hora de procurar estágio ou job.
Você faz conteúdo sobre arquitetura e mostra seus projetos? Compartilha dicas de produtividade enquanto estuda Direito? Cria tutoriais no Canva? Tudo isso pode (e deve) entrar no seu currículo informal. Cada post pode ser uma amostra do seu potencial criativo e técnico.
Bora tirar as ideias do papel e virar um criador de conteúdo?
Se você curte registrar os rolês da faculdade, fazer vídeos contando histórias bizarras de sala de aula ou até compartilhar aquela dica boa de app pra estudar, talvez você já seja um criador de conteúdo — só não tinha se dado conta.
E a boa notícia é que não precisa de permissão nem de um plano mirabolante pra começar. Dá pra começar com o celular na mão, um pouco de coragem e a certeza de que alguém vai se identificar com o que você tem a dizer.
A faculdade já é um palco cheio de cenas improváveis, amizades doidas e momentos únicos. E se você quiser transformar isso em conteúdo, o mundo está aí pra assistir (ou pelo menos o pessoal do seu curso).