O nome de Virginia Fonseca apareceu em uma das CPIs mais polêmicas do ano e, de repente, a internet estava debatendo não só apostas esportivas, mas também publicidade, influência digital e até o que isso tudo tem a ver com trabalho. A chamada CPI das Bets acendeu um alerta sobre como influenciadores lidam com sua imagem e suas parcerias — e o que isso revela sobre o mundo profissional que estamos construindo.
O que são as ‘Bets’ e por que elas estão no centro da discussão?
As chamadas “bets” são casas de apostas esportivas — plataformas onde usuários apostam dinheiro real em resultados de partidas de futebol, basquete, vôlei, entre outros esportes. Apesar de já serem populares há anos, a legalização parcial e a explosão da publicidade digital colocaram essas empresas sob os holofotes.
Muitas dessas plataformas oferecem bônus de entrada, promessas de retorno rápido e até programas de afiliados — como o que envolvia Virginia —, onde o influenciador ganha uma porcentagem sobre os prejuízos de seus seguidores. Isso mesmo: quanto mais as pessoas perdem, mais o influenciador lucra.
A CPI foi instaurada para investigar justamente os bastidores dessas relações. Há suspeitas de lavagem de dinheiro, aliciamento de jovens e manipulação emocional usando a imagem de pessoas conhecidas para validar práticas arriscadas.
O que foi o caso Virginia Fonseca na CPI das Bets?
A influenciadora, com mais de 45 milhões de seguidores, foi citada na CPI por ter promovido uma plataforma de apostas esportivas. A discussão girou em torno da remuneração recebida por publicidade e da forma como essas empresas usam a imagem de influenciadores para alcançar públicos mais jovens — muitas vezes sem transparência ou responsabilidade.
Virginia alegou que não sabia que a empresa era uma casa de apostas. Essa fala dividiu opiniões e levantou um ponto crucial: até que ponto vai a responsabilidade do influenciador quando o assunto é o que ele divulga?
Durante a sessão da CPI, foi revelado que a influenciadora teria recebido não só um valor fixo para divulgação, mas também 30% do dinheiro perdido por usuários indicados por ela. Isso acendeu um novo debate: mesmo sendo milionária — algo mencionado na audiência —, ela continuou incentivando a prática.
Quando confrontada com isso, Virginia disse que não ficou rica com essa ação em específico, mas foi evasiva ao ser questionada sobre por que manteve o contrato mesmo sem precisar do dinheiro. A omissão causou desconforto e abriu margem para ainda mais críticas.
Quem é Virginia Fonseca e por que ela foi chamada para a CPI das Bets?
Virginia Fonseca é uma influenciadora digital, empresária, mãe e uma das figuras mais populares da internet brasileira. Com uma base de seguidores massiva e engajada, ela construiu uma carreira que mistura lifestyle, maternidade, publicidade e empreendedorismo — sendo uma das sócias da marca de cosméticos WePink.
Seu apelo com o público jovem a colocou entre as principais personalidades digitais do país. Justamente por isso, seu nome apareceu com força nas investigações da CPI das Bets. O motivo? A influenciadora usou suas redes para divulgar plataformas de apostas esportivas, levantando questionamentos sobre o tipo de conteúdo publicitário que é direcionado a milhões de pessoas — muitas delas menores de idade.
Visual de inocência, lucros de manipulação?
Outro ponto que gerou burburinho foi a forma como Virginia se apresentou na CPI: cabelo solto, roupas claras, expressão serena e um discurso cuidadoso. Muitos interpretaram esse visual como uma tentativa de passar vulnerabilidade e reforçar a narrativa de que foi apenas “mal informada”.
Mas a aparência não segurou o peso das evidências. O contrato revelando os 30% sobre perdas colocou em xeque a imagem de ingenuidade. A crítica que surgiu nas redes — e entre parlamentares — foi clara: uma milionária incentivando a aposta de pessoas que não têm dinheiro, só para lucrar mais.
Esse contraste entre imagem pública e ações comerciais traz à tona uma questão séria: a construção de uma persona digital pode esconder estratégias frias e bem calculadas de monetização.
O que isso diz sobre profissões da nova economia?
Não dá mais pra negar: ser influenciador é uma profissão. Assim como streamers, criadores de conteúdo, designers de memes e editores de vídeo para TikTok. Estamos falando de carreiras reais, com impacto real — tanto financeiro quanto social. Mas, com a explosão dessas novas funções, vieram também os desafios: falta de regulação, exposição constante e julgamentos públicos rápidos e ferozes.
Muitos jovens sonham em trabalhar com internet, mas poucos entendem que isso envolve mais do que likes e publis. É um trabalho que exige estratégia, posicionamento e, acima de tudo, ética.

A romantização do dinheiro rápido e o risco das apostas
No centro do caso está algo ainda mais sensível: a ideia de que é possível ganhar muito dinheiro, muito rápido — seja sendo influenciador, seja apostando. Esse tipo de narrativa atrai especialmente quem está começando a vida profissional, como estudantes universitários. Mas é aí que mora o perigo.
As apostas esportivas, apesar de legalizadas em parte, ainda são um tema polêmico. O apelo que elas têm junto ao público jovem vem da promessa de enriquecimento fácil. E quando influenciadores como a Virginia fazem publicidade para essas plataformas, a linha entre entretenimento e manipulação se torna bem tênue.
Se você está se perguntando como isso te afeta, a resposta é direta: entender como essas influências moldam decisões e expectativas profissionais pode te ajudar a fazer escolhas mais conscientes.
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O que estudantes e futuros profissionais podem aprender com esse caso na CPI das Bets?
- Influência é poder (e responsabilidade): Tudo que você posta, compartilha ou consome contribui para sua imagem. E, no futuro, pode impactar seu currículo.
- Publicidade sem consciência é armadilha: Parcerias que parecem lucrativas podem gerar danos de reputação (e até legais) se você não souber o que está promovendo.
- Profissões digitais exigem preparo: Estudar sobre direitos, deveres e os riscos desse mercado é fundamental para quem quer seguir esse caminho.
- Informação é sua melhor defesa: Casos como o da CPI das Bets mostram que ninguém está imune à exposição pública. Saber se posicionar é essencial.
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Quando o entretenimento encontra o mercado de trabalho
No fim das contas, o caso da Virginia na CPI das Bets é um retrato do nosso tempo: onde entretenimento, marketing e trabalho se misturam em uma velocidade que nem sempre dá tempo de refletir. Mas, para quem está entrando agora no mercado, refletir é essencial.
Influenciar ou ser influenciado faz parte do jogo. O que diferencia profissionais conscientes é saber que tudo tem consequência — inclusive aquele post de 15 segundos.
Se você quer construir uma carreira sólida nesse cenário digital, começa prestando atenção no que rola fora da bolha. E, claro, dentro do seu feed também.