Sabe aquela sensação de que a faculdade te ensinou tudo sobre a sua área, mas nada sobre a vida real? Pois é. Enquanto a gente passa anos decorando fórmulas, referências da ABNT e sobrevivendo a TCCs, ninguém explica como declarar imposto de renda, negociar um salário justo ou até o que fazer quando seu nome vai parar no Serasa porque você esqueceu de pagar a conta de luz.
Se você está perto de se formar (ou no meio do caos universitário), esse texto é pra abrir os olhos — mas com leveza, porque drama a gente já tem de sobra.
Coisas que a faculdade não te ensina sobre a vida adulta
Dinheiro, aquele assunto que a faculdade evita
Você até aprende sobre economia mundial em algumas graduações, mas ninguém fala sobre como montar um orçamento pessoal decente. Controlar gastos, entender o que são juros compostos, como funciona um cartão de crédito ou até como guardar dinheiro para emergências são conhecimentos que fazem falta.
Você sabe negociar salário… ou aceita o que vier?
Vamos ser sinceros: a maioria dos universitários sai da faculdade sem a menor ideia de como negociar o próprio salário. Quando aparece uma vaga, o instinto é aceitar qualquer coisa — com medo de parecer exigente demais.
Mas aqui vai o segredo: saber o seu valor profissional é tão importante quanto saber o conteúdo da sua área. Antes de topar uma proposta, pesquise a média salarial do cargo, avalie os benefícios e, principalmente, aprenda a ter uma conversa honesta (e respeitosa) sobre isso com o recrutador.
Dica de ouro: LinkedIn, Glassdoor e sites de carreira são ótimos aliados nessa missão.
Impostos: aquele mistério que não vem com manual
Você já ouviu falar em DARF, MEI, IRRF ou IPVA? Se sim, parabéns, você já está à frente de muita gente. Mas saber o nome não é saber lidar com eles.
Infelizmente, a escola e a faculdade quase nunca explicam como funciona a lógica dos impostos no Brasil — e aí a gente se vê tentando entender se tem que declarar o Imposto de Renda, como abrir um CNPJ ou o que acontece se atrasar o IPVA do carro.
A vida adulta cobra, literalmente. E se você não correr atrás dessas informações, o leão da Receita te acha rapidinho.
Contratos: assinaturas que podem te dar dor de cabeça
Pedir um fiador pra alugar apê, aceitar cláusulas abusivas, entrar em financiamentos com letras miúdas demais… tudo isso entra na categoria “coisas que deveriam ser matéria obrigatória”. Assinar qualquer coisa sem ler (ou entender) é um risco que pode custar caro. Ter noção de como funcionam os contratos — e quando chamar ajuda especializada — é fundamental para se proteger.
Vida financeira além da calculadora
Fazer contas simples não é o mesmo que saber organizar a vida financeira. Controle de gastos, investimentos, poupança de emergência, cartão de crédito e score no banco são assuntos que fazem toda a diferença quando você sai da bolha universitária.
Muita gente só descobre a importância disso depois de ver o extrato no vermelho. Por isso, comece agora: apps como Guiabolso, Organizze e Minhas Economias são ótimos para te ajudar a acompanhar seus gastos e pensar no futuro.
Ah, e se você ainda não conhece essas ferramentas gratuitas que todo universitário deveria usar, vale dar uma olhada.
Morar sozinho: manual de sobrevivência não incluso
Faculdade é sinônimo de independência pra muita gente. Mas ninguém avisa que morar sozinho é muito mais do que decorar o apê com luz de LED.
Você precisa entender como funciona um contrato de aluguel, como organizar as contas mensais, cuidar da alimentação (sem viver de miojo) e lidar com manutenção básica: trocar resistência de chuveiro, resolver infiltração e fazer faxina são só o começo.
Sim, você pode aprender tudo isso com vídeos no YouTube. Mas seria bem mais fácil se a faculdade desse uma ajudinha, né?
Soft skills: o diferencial que ninguém ensina
Saber trabalhar em equipe, se comunicar bem, ter inteligência emocional e liderar projetos… Essas são as famosas “soft skills” — habilidades que não estão nos livros, mas que o mercado adora.
E aqui vai a real: a maioria dos cursos universitários ignora completamente esse lado. Você vai ter que aprender na marra, entre estágios, frilas e experiências que te tiram da zona de conforto.
O bom é que qualquer vivência conta — até aquela vez que você organizou a festa do centro acadêmico ou montou um projeto paralelo com os amigos. Aliás, não à toa, cada vez mais universitário vira criador de conteúdo: é uma forma de mostrar ao mundo as próprias habilidades, mesmo fora do “formato tradicional”.
Saúde mental também faz parte do jogo
Você passa anos se esforçando para tirar boas notas, estagiar, manter a vida social ativa e, ainda assim, sente que está sempre devendo algo? Bem-vindo à síndrome do impostor.
Cuidar da saúde mental deveria ser prioridade em qualquer fase da vida, mas principalmente durante e depois da faculdade. Ansiedade, burnout e crises existenciais são mais comuns do que parecem.
Aprenda a identificar seus limites, procure ajuda profissional se precisar e entenda que a produtividade não define o seu valor. A vida adulta exige equilíbrio — e isso vale muito mais do que decorar fórmulas.

E depois que me formar?
Respira fundo: se formar não significa que você precisa ter tudo resolvido. Muita gente acha que, ao sair da faculdade, vai ter um emprego estável, um plano de carreira bem desenhado e a certeza de onde quer estar em cinco anos.
Spoiler: a maioria das pessoas ainda está descobrindo tudo isso aos poucos. E tá tudo bem.
O que importa é ter consciência de que existe um monte de coisa que ninguém vai te ensinar — e que cabe a você buscar, experimentar e até errar no caminho.
O mais importante é não achar que você está atrasado só porque não tem todas as respostas.
A faculdade não ensina, mas ninguém tem tudo sob controle (e tá tudo bem)
Por trás dos sorrisos nas redes sociais e das promoções relâmpago dos colegas de turma, existe um caos que todo mundo tenta administrar do seu jeito. A vida adulta não vem com script, e ninguém realmente sabe 100% o que está fazendo. Você vai errar contrato, pagar juros sem querer, esquecer o prazo do imposto, comprar coisa parcelada sem necessidade… e vai aprender com tudo isso. O importante é manter o radar ligado, buscar informação, trocar ideia com quem já passou por certas fases e, principalmente, entender que crescer também é sobre improvisar. Ser adulto é um eterno “descubra jogando”.
Final de faculdade, início do jogo real
Sobretudo, a faculdade é só uma das etapas da jornada. O que vem depois pode até não estar no currículo oficial, mas faz toda a diferença pra vida real. E quanto mais cedo você encarar essas verdades, mais preparado vai estar — não só para se formar, mas para viver com mais autonomia, consciência e equilíbrio.
Se curtiu esse papo, aproveita pra explorar outros conteúdos aqui do HiCampi. A gente tá junto nessa missão de fazer a vida universitária (e a adulta) muito mais esperta.