LinkedIn: dicas para quem não aguenta mais post de gente “grata”

É só abrir o LinkedIn e lá está: mais um post com emojis, agradecimentos infinitos e frases como “foram dias difíceis, mas eu venci”. Tudo isso acompanhado de uma selfie no elevador. A rede que nasceu pra falar de carreira virou, pra muita gente, palco de exageros e encenações. Mas calma: dá sim pra usar o LinkedIn com propósito, sem cair na armadilha da positividade tóxica e da “gratiluz” forçada.

Se você também sente um leve desconforto ao ver esses textões — mas quer manter seu perfil ativo sem parecer um personagem — vem com a gente que esse papo é pra você.

A diferença entre positividade e exagero no LinkedIn

Mostrar conquistas, valorizar aprendizados e agradecer oportunidades: tudo isso faz parte do jogo. Mas quando a gratidão vira um roteiro decorado, com frases copiadas e coladas, a coisa desanda. A positividade tóxica surge justamente aí: quando fingimos estar bem o tempo todo, como se a vida profissional fosse só acertos, elogios e cafés com recrutadores.

A real é que o mercado de trabalho tem altos e baixos — e ser honesto(a) sobre isso conecta muito mais do que fingir um eterno “obrigado, universo”.

Por que o excesso de gratidão incomoda tanto?

À primeira vista, um post cheio de agradecimentos pode parecer inofensivo — e até inspirador. Mas, na prática, essa enxurrada de “sou grato demais” pode causar o efeito contrário. Isso acontece porque, quando exagerada, a gratidão soa menos como celebração e mais como performance. E performance cansa.

Além disso, esse tipo de postagem contribui (sem querer) pra um ambiente meio artificial, onde só há espaço para o sucesso. Quem tá em busca de estágio e ainda nem sabe por onde começar pode se sentir pressionado ou inadequado diante de tanta conquista “perfeita”.

Aí entra a tal positividade tóxica: aquela obrigação velada de estar sempre bem, feliz e realizado, mesmo quando a vida está um caos. No LinkedIn, isso aparece em forma de frases prontas, emojis em excesso e uma gratidão que, de tão repetida, já perdeu o brilho.

Autenticidade é libertador. E, sim, dá pra agradecer e compartilhar momentos bons — mas sem fingir que a vida é uma montanha-russa só de loopings incríveis.

Dicas para ser mais autêntico nas postagens do LinkedIn

Seu perfil não é um outdoor motivacional

Uma boa bio no LinkedIn pode te destacar, mas isso não significa escrever como se você fosse coach de si mesmo. Ao invés de “Profissional resiliente em busca de desafios exponenciais”, que tal algo mais direto e humano, tipo:

Estudante de Publicidade com foco em estratégia digital. Amo contar histórias que conectam marcas e pessoas”.

Dá pra ser profissional sem parecer um slogan ambulante.

Conte histórias, mas com contexto

Se você vai compartilhar uma conquista, conte o caminho — não só a medalha. Ao invés de escrever “muito grato por mais essa vitória”, fale do que você aprendeu no processo, dos desafios e do que essa experiência te ensinou. Isso cria identificação real e mostra autenticidade.

Exemplo: “Fazer o TCC durante o estágio e ainda conseguir uma bolsa foi puxado. Teve dia que quase desisti. Mas aprendi a priorizar e pedir ajuda. Hoje consigo olhar pra trás com orgulho — e gratidão real.”

Muito mais potente do que o clássico “só gratidão”.

Cuidado com o excesso de emojis e hashtags

Um ou dois emojis podem dar aquele toque informal. Mas se o seu post parece um carnaval de corações, foguetes e troféus, talvez seja hora de respirar. O mesmo vale pras hashtags: escolha poucas e certeiras (#marketingdigital, #estágio, #designgráfico). O LinkedIn não é o Instagram.

Interaja de forma natural no LinkedIn

Curtir tudo que aparece só pra parecer ativo(a) não engana ninguém. Comente quando realmente tiver algo pra dizer. Faça perguntas, compartilhe insights e apoie colegas com mensagens que vão além do “parabéns!”. Construa conexões, não só curtidas.

E como fica o tal do networking?

Networking não é sair adicionando gente aleatória e mandando “oi, tudo bem?” no inbox. É sobre troca genuína. Pode começar com interações simples nos comentários, marcar colegas em posts interessantes, participar de grupos da sua área… aos poucos, você vai se tornando referência pelo que compartilha e não só pela quantidade de conexões.

Evite os posts genéricos só pra “manter o algoritmo feliz”

Se a motivação pra postar é só alimentar o feed, talvez valha guardar o conteúdo pra um momento mais relevante. Não precisa forçar uma reflexão profunda toda semana. Às vezes, compartilhar um link bacana, uma dúvida ou até um fracasso pode gerar mais engajamento do que uma frase inspiracional genérica.

Vale a pena postar sobre dificuldades?

Sim, e muito! A vulnerabilidade (na medida certa) é uma ferramenta poderosa. Falar sobre erros, mudanças de rumo ou momentos difíceis traz humanidade ao seu perfil. Só cuide pra não transformar o LinkedIn num diário emocional. O ponto é ser verdadeiro, sem perder o foco profissional.

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Seu perfil pode brilhar sem virar palco. Entenda! / Foto: Freepik.

Como montar um perfil que diz muito sem dizer demais

Seu perfil no LinkedIn é quase como uma mini bio profissional com toque de vitrine. Ele precisa mostrar quem você é e o que sabe fazer, sem virar um show de fogos. E, olha, tem como fazer isso de forma leve e real.

Evite jargões e frases vazias. Aposte em uma linguagem mais próxima do que você falaria numa entrevista ou numa apresentação de sala de aula. Foque no que você já experimentou, estudou ou tem vontade de explorar. Se você é estudante, tá tudo bem ainda estar descobrindo seus caminhos — isso não é sinal de fraqueza, é só a realidade de quem está começando.

Postar ou não postar? Eis a questão

Antes de sair compartilhando tudo no feed do LinkedIn, vale fazer um mini check mental. Um post pode ser incrível — ou só mais um no mar de autoelogios. O segredo está na intenção por trás dele.

Nesse sentido, pergunte-se:

  • “Esse post tem algo novo a acrescentar ou é só mais do mesmo?”

  • “Estou querendo compartilhar ou performar?”

  • “Se um recrutador lesse isso, ele entenderia quem eu sou de verdade?”

  • “Tem algo aqui que pode inspirar, ensinar ou conectar alguém?”

Não precisa fazer um TCC a cada publicação, mas também não vale postar só pra dizer que está ativo na rede. Quando a gente posta com propósito, as conexões acontecem naturalmente — e isso vale muito mais do que 300 curtidas.

LinkedIn: menos show, mais você

Se você está cansado(a) de ver posts ensaiados no LinkedIn, talvez a resposta esteja justamente em fazer diferente. Ou seja, mostrar quem você é, de forma leve, honesta e com propósito. Nada de gratidão fabricada ou positividade tóxica — aqui a ideia é construir um espaço mais real, onde o profissional não precisa vestir uma máscara de sucesso constante.

Aliás, se quiser melhorar seu perfil com dicas práticas (e sem enrolação), dá uma olhada neste conteúdo que a gente preparou aqui. Spoiler: tem tudo a ver com autenticidade.

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