Algo que todo universitário sonha (ou pelo menos precisa enfrentar em algum momento), é o famoso estágio. Uma oportunidade de colocar o que se aprende na faculdade em prática, conhecer o mercado de trabalho e, claro, ganhar um dinheirinho. Mas a grande questão é: dá para viver só de estágio ou é cilada?
A resposta não é tão simples assim, porque envolve desde o valor da bolsa-auxílio até o custo de vida de cada estudante. Enquanto alguns conseguem se virar só com o salário do estágio, outros precisam equilibrar as contas com ajuda da família, freelas ou até um segundo emprego. E é sobre essa realidade financeira que a gente vai falar agora.
A bolsa do estágio paga as contas?
A resposta curta: depende.
A resposta longa: depende de onde você mora, de quanto é sua bolsa-auxílio e do seu padrão de vida. Em média, estagiários no Brasil ganham entre R$800 e R$1.500 por mês. Parece uma grana legal, mas quando entra aluguel, transporte, alimentação e material da faculdade, a conta pode não fechar tão bem.
Se você mora com os pais e não precisa bancar as despesas da casa, a bolsa-auxílio pode até garantir um respiro financeiro. Agora, se você paga aluguel, faz compras e ainda tem que bancar xerox e livros, o cenário já muda. Isso sem falar nos custos com transporte, que podem variar bastante dependendo da cidade e se você usa passe estudantil.
O desafio do equilíbrio financeiro durante o estágio
Trabalhar e estudar ao mesmo tempo não é fácil. E quando a grana é curta, o desafio é ainda maior. Muitos estagiários precisam fazer malabarismos financeiros para conseguir pagar as contas e ainda ter algum lazer. O famoso “orçamento de universitário” inclui desde aprender a cozinhar em casa para economizar até recorrer a promoções de aplicativo para conseguir se alimentar sem pesar no bolso.
Outra estratégia comum é complementar a renda com freelas. Se você manda bem no design, escreve textos, programa ou tem qualquer outra habilidade que pode ser monetizada, essa pode ser uma ótima saída para reforçar o saldo da conta. Além disso, trabalhos temporários em eventos, bares ou como motorista de aplicativo também são alternativas para aumentar a renda.
E os direitos do estagiário?
Diferente de um emprego formal, o estágio não garante vários direitos trabalhistas, como férias remuneradas, 13º salário ou FGTS. Mas isso não significa que vale tudo. A Lei do Estágio determina uma carga horária máxima de 6 horas diárias e 30 horas semanais, garantindo tempo para o estudante se dedicar à faculdade. Além disso, muitas empresas oferecem benefícios como vale-transporte, vale-refeição e até bolsa integral ou parcial para cursos.
O problema é que, na prática, nem sempre as coisas funcionam como deveriam. Muitos estagiários acabam acumulando funções que não são da sua alçada, ultrapassando a carga horária permitida ou recebendo uma bolsa muito abaixo do que seria razoável.

O que fazer para sobreviver financeiramente no estágio?
Se você quer (ou precisa) viver só de estágio, aqui estão algumas dicas podem ajudar:
Planeje seu orçamento:
Liste todas as suas despesas fixas e veja onde dá para economizar. Pequenos ajustes no dia a dia, como cozinhar mais em casa ou dividir assinaturas de streaming com amigos, podem aliviar o bolso.
Aproveite benefícios estudantis:
Carteirinha de estudante pode garantir meia-entrada em eventos e descontos em transporte e alimentação. Além disso, algumas universidades oferecem refeições acessíveis no bandejão, e tem até farmácias e lojas de roupas que dão desconto para estudantes. Vale a pena pesquisar!
Busque estágios que ofereçam benefícios:
Nem todo estágio paga bem, mas alguns oferecem vantagens que compensam. Vale-transporte, refeição, plano de saúde e até auxílio home office (sim, isso existe!) podem ajudar bastante. Na entrevista, não tenha medo de perguntar sobre os benefícios antes de aceitar a vaga.
Freelas são seus amigos:
Se dá para ganhar uma grana extra com algo que você já sabe fazer, invista nisso. Edição de vídeos, design, redação, dar aulas particulares ou até vender doces na faculdade são opções. O importante é diversificar a renda sem comprometer os estudos.
Corte gastos desnecessários:
Parece bobagem, mas pequenas mudanças fazem a diferença. Trocar o cafézinho gourmet pelo feito em casa, cancelar assinaturas que você quase não usa e evitar gastos impulsivos já ajudam a equilibrar as contas. E tem sempre aquele amigo que adora dividir um cupom de desconto – aproveite!
Negocie sempre:
Sabe aquele ditado “quem não chora, não mama”? Pois é, vale para tudo! Seja no aluguel, no plano de celular ou até nas compras do mês, pesquisar preços e pedir descontos pode render uma economia inesperada.
Com um pouco de organização e criatividade, dá para fazer o estágio render mais e evitar perrengues financeiros. O segredo está em equilibrar as contas sem abrir mão de viver essa fase intensamente!
Quando vale a pena procurar um estágio melhor?
Nem sempre vale a pena se segurar em um estágio que não está te ajudando financeiramente ou profissionalmente. Se você sente que o valor da bolsa não cobre nem os custos básicos, que está sobrecarregado com tarefas além do que foi combinado ou que a empresa não oferece um ambiente de aprendizado, pode ser a hora de buscar outra oportunidade. Além disso, se você já tem mais experiência na área, talvez seja o momento de procurar um estágio com uma remuneração mais justa ou até mesmo um emprego júnior. Vale ficar de olho em portais de vagas, no LinkedIn e até trocar ideia com professores e colegas sobre possíveis oportunidades.
Com um pouco de organização e criatividade, dá para fazer o estágio render mais e evitar perrengues financeiros. O segredo está em equilibrar as contas sem abrir mão de viver essa fase intensamente!
O veredito: dá para viver só de estágio?
Para alguns, sim. Para outros, nem tanto. Tudo vai depender da sua realidade financeira, do valor da bolsa e de como você gerencia seus gastos.
A boa notícia é que, mesmo com os desafios, o estágio é um passo importante para o futuro profissional. Ele pode não pagar todas as contas agora, mas abre portas para oportunidades melhores lá na frente.
Então, se você está na luta para equilibrar estudo, trabalho e boletos, saiba que não está sozinho. E se precisar de uma força para retomar a rotina universitária depois do carnaval (porque sabemos que essa fase é puxada), dá uma olhada aqui.