Se você já ouviu alguém falar “na minha época era tudo mato”, parabéns: você está vivendo o grande crossover das gerações dentro da faculdade. De um lado, os nativos digitais resolvem tudo com um toque na tela. Do outro, tem gente que ainda chama pendrive de “disquetinho moderno”.
A convivência é real, os conflitos são inevitáveis, mas as trocas? Incríveis. Vamos entender um pouco mais sobre esse processo cada vez mais comum.
Gerações digitais: o que separa (e une) nativos e migrantes?
Antes de mais nada, vale lembrar que essas expressões não são sobre idade, mas sobre relação com a tecnologia. Os nativos digitais cresceram com internet, redes sociais, smartphones e emojis. Já os migrantes aprenderam a usar tudo isso depois – e têm no histórico as lan houses, os disquetes e a época em que o Orkut era o centro do mundo.
Quando essas duas gerações se encontram na mesma faculdade, as diferenças aparecem:
Enquanto os nativos criam apresentações no Canva em 10 minutos, os migrantes ainda tentam descobrir onde o PowerPoint salvou o arquivo.
Os mais jovens compartilham resumos em grupo no Telegram, os mais velhos preferem anotar à mão.
Uns fazem vídeos com resumos em Reels; outros imprimem apostilas completas.
E está tudo bem. O interessante é quando cada um aprende com o outro.
A faculdade como território de cruzamento entre gerações
O ambiente acadêmico não só permite como incentiva esse cruzamento de gerações. É onde os veteranos de idade se tornam calouros de curso, e os jovens que acabaram de sair do ensino médio se veem diante de colegas com filhos, empregos estáveis e histórias de vida bem diferentes.
Esse encontro gera algumas faíscas, claro:
“Por que alguém da sua idade tá fazendo faculdade agora?”
“Você não acha que já passou da fase de estudar?”
“Esses jovens não sabem nada da vida real.”
“Esses adultos travam o grupo do WhatsApp com bom dia.”
Mas também surgem admirações:
“Você voltou a estudar depois de tanto tempo, que coragem!”
“Caramba, como você anota bem, posso copiar depois?”
“Você entende de tecnologia como ninguém, me ajuda aqui!”
É nesse meio do caminho que a mágica acontece. Porque não é só sobre tecnologia ou costumes — é sobre humanidade, vivências e troca.
Das lan houses ao metaverso: a jornada das gerações conectadas
Enquanto os mais velhos relembram com carinho dos PCs da lan house e das provas em papel almaço, os mais jovens navegam com facilidade pelo metaverso, IA, ferramentas de produtividade e realidade aumentada.
Mas os dois grupos têm algo em comum: a vontade de aprender. Cada um com seu ritmo, claro, mas com um objetivo igual — se formar, crescer, mudar de vida.
E no fim, são esses contrastes que tornam a faculdade um espaço tão potente. Ela já não é mais apenas um lugar de jovens em transição para a vida adulta, mas também de adultos que estão recomeçando, se reinventando, se atualizando.

Gerações em sintonia: como transformar o choque em colaboração
A boa notícia é que dá pra transformar os conflitos em conexões com algumas atitudes simples:
Valorize o diferente: o que parece “estranho” pode ser só uma outra maneira de ver o mundo.
Pratique a escuta ativa: entender o que o outro sente ou pensa já abre metade do caminho.
Proponha trocas: “te ensino Excel se você me mostrar como funciona o Pinterest.”
Crie grupos mistos: misturar idades nos trabalhos é uma forma eficiente de quebrar barreiras.
Use a tecnologia como aliada: recursos como fóruns, redes sociais e plataformas de ensino online ajudam a nivelar o acesso ao conteúdo.
Ah, e falando em tecnologia, a gente separou aqui algumas dicas de como ela pode ajudar também nos estudos. Dá uma olhada: Instagram na vida acadêmica: conteúdos que ajudam nos estudos.
Quando a vida real vira laboratório de convivência
A parte mais legal de ter gerações tão diferentes dividindo o mesmo espaço na faculdade é que as aulas viram um verdadeiro laboratório social. O conteúdo é o mesmo para todos, mas a forma como cada um absorve, interpreta e aplica pode variar demais. E é aí que surgem discussões riquíssimas, cheias de pontos de vista que talvez nunca surgissem se todo mundo tivesse a mesma idade.
Já pensou numa roda de debate sobre ética na tecnologia com alguém que viu a internet nascer e outra pessoa que nunca viveu sem Wi-Fi? Ou num seminário sobre comunicação onde alguém fala de fax enquanto o outro responde usando figurinhas do WhatsApp?
Essas situações não só ampliam o repertório de todos, mas também criam laços inesperados. O colega mais velho pode virar conselheiro de carreira, enquanto o mais novo pode dar aquele help básico no TCC usando inteligência artificial. Um vira apoio emocional, o outro, suporte técnico — e a convivência segue.
E se tiver respeito, curiosidade e uma pitada de paciência, essa ponte entre gerações não só enriquece o ambiente acadêmico como também prepara melhor todo mundo pro mercado de trabalho — onde, aliás, esse cruzamento também acontece o tempo todo.
No fundo, a faculdade não é só um lugar de aprender matérias, mas de aprender pessoas. E isso vale ouro.
Convivência: um aprendizado que vai além do diploma
No fim das contas, seja você fã de memes ou de e-mail formal, o que conecta todo mundo dentro da faculdade é o desejo de aprender. O que muda é o jeito de fazer isso. E tá tudo certo!
Conviver com outras gerações na sala de aula é um exercício constante de adaptação, respeito e crescimento mútuo. Entre emojis, apostilas, prints e marca-texto, a troca acontece — e transforma todo mundo um pouquinho.
Então, da próxima vez que rolar aquele mini bug com a diferença de idade ou jeito, lembra: você pode não ter vivido o ICQ ou o Clubhouse, mas sempre dá pra ensinar (e aprender) alguma coisa.