Currículo 2.0: como bombar no LinkedIn sem parecer robô

Você já deve ter percebido que o LinkedIn virou muito mais do que um lugar pra jogar currículo e esperar o milagre do recrutador. Hoje, ele é quase uma rede social com jaleco e gravata: todo mundo querendo se destacar, mas sem perder a pose profissional. O problema? Muita gente tenta tanto parecer profissional que acaba soando como um bot educado e sem alma no currículo.

A real é que dá pra ter um CV matador e ao mesmo tempo mostrar que você é gente como a gente – com personalidade, senso de humor e vontade de crescer de verdade. E é exatamente isso que vamos mostrar por aqui: como fazer o LinkedIn trabalhar por você sem cair na armadilha de parecer um assistente virtual da firma.

Seu perfil não é um panfleto: é uma vitrine para o currículo

Se você ainda usa o LinkedIn como se fosse aquele modelinho de currículo do ensino médio, tá na hora de atualizar essa visão. A ideia é pensar no seu perfil como um lugar onde você se apresenta de um jeito profissional, mas ainda assim autêntico.

Dica de ouro: evite frases genéricas tipo “profissional dedicado, proativo e com boa comunicação”. Isso diz tudo sem dizer nada. Tente algo natural, direto e com personalidade.

Sobre você: o temido “Resumo” com alma

Sabe aquele espacinho do “Sobre” no seu perfil? Ele é tipo a bio do Instagram, só que com mais responsabilidade. É ali que você pode mostrar quem é, o que te move e por que você tá no jogo.

Aqui vão algumas perguntas pra te ajudar a escrever um “Sobre” que não pareça gerado por IA:

  • O que me faz escolher essa área?

  • Qual foi um momento marcante da minha jornada (estágio, projeto, TCC)?

  • O que eu quero aprender ou alcançar nos próximos anos?

Junta isso tudo num parágrafo leve, com começo, meio e fim. Nada de parágrafos gigantes que dão preguiça de ler.

Experiências que contam (mesmo que não sejam CLT)

Você não precisa ter anos de empresa no currículo pra mostrar valor no LinkedIn. Projetos da faculdade, monitoria, voluntariado, TCC, trabalhos freelancers, eventos organizados… tudo isso conta.

Aliás, se você ainda acha que não tem nada pra colocar, dá uma olhada nesse conteúdo que a gente já preparou com carinho: O que colocar no LinkedIn quando você não tem experiência.

O segredo está em como você escreve: destaque o que você aprendeu, os resultados que obteve e como aquilo te preparou pra novos desafios. Tipo isso:

Monitoria em Matemática Aplicada (2023)
Ajudava colegas com dificuldades, organizei grupo de estudos e criei um mini e-book com resumos — resultado? A média geral da turma subiu 1,2 ponto.

Estágios e freelas contam sim, mas conte direito

Mesmo se o estágio foi remoto, de curta duração ou aquele job freela apareceu só uma vez na vida, ele pode e deve estar no seu perfil. O segredo está em fugir da descrição genérica do tipo “responsável pelas redes sociais” e mostrar o impacto real do que você fez.

Por exemplo:

Freelancer em Design Gráfico (2024)
Criação de identidade visual para um evento universitário, com mais de 500 participantes. O engajamento nas redes sociais do evento cresceu 80% após a aplicação das artes.

Traz resultado, contexto e mostra habilidade — isso é muito mais atrativo do que um título bonitinho sem história por trás.

Como destacar sua formação sem parecer óbvio

Tem gente que ignora a parte da formação no LinkedIn achando que “todo mundo já sabe”, mas essa parte pode dizer muito sobre você. Em vez de só colocar o nome da faculdade e o curso, aproveite o espaço pra mostrar o que rolou de mais interessante nesse caminho.

Dá pra incluir:

  • Projetos integradores ou TCCs com temas relevantes

  • Participação em centros acadêmicos ou grêmios

  • Iniciação científica (e até os perrengues que virou aprendizado!)

  • Cursos complementares que te fizeram mudar de rota

Esses detalhes contam história — e história boa atrai quem tá do outro lado da tela.

Foto e banner: sim, isso também comunica

O combo foto + banner do LinkedIn é sua capa de apresentação. E como todo bom livro, ela pode ser decisiva.

  • Foto: esquece selfie em balada ou foto 3×4 sem vida. Escolha uma imagem clara, com você olhando pra câmera, em um ambiente minimamente neutro.

  • Banner: pense em algo que tenha a ver com sua área — uma imagem do campus, uma frase que te inspira, um fundo com ícones de design, dados ou livros. Tem vários sites gratuitos com modelos prontos (tipo Canva), então sem desculpas.

Conteúdo é rei (mas só se for seu)

Postar no LinkedIn não é obrigatório, mas pode ser um diferencial e tanto. A galera que compartilha aprendizados da faculdade, insights de livros ou até bastidores de projetos acaba se destacando. E o melhor: não precisa postar todo dia. O importante é ser honesto e trazer valor.

Exemplos de post que funcionam:

  • “Organizei um evento acadêmico com mais de 200 inscritos e aprendi mais sobre logística do que em qualquer aula.”

  • “Tive meu primeiro freela como social media. Errei várias vezes, mas acertei uma estratégia que aumentou o alcance em 72%. Spoiler: usei memes e deu certo!”

Aí sim! Nada robótico, só vivência real com um toque de reflexão.

Networking sem parecer puxa-saco

Fazer conexões no LinkedIn é importante, mas ninguém merece aquele pedido genérico de “Olá, quero me conectar com você”. Personalize! Mesmo que seja algo simples como:

“Oi, vi seu post sobre storytelling e achei sensacional! Sou estudante de jornalismo e tô buscando aprender mais sobre isso. Posso te adicionar por aqui?”

Pessoas respondem a pessoas, não a scripts automáticos. Use isso a seu favor.

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Spoiler: recrutadores gostam de quem parece gente de verdade. / Foto: Freepik.

Erros no currículo que te fazem parecer IA (e como evitar)

Pra fechar com chave de ouro, aqui vai uma listinha do que te faz soar como um robô corporativo – e como escapar disso:

“Profissional em busca de novos desafios no mercado de trabalho.”

Fala o que você busca aprender e contribuir. Algo tipo “Quero mergulhar na área de dados e ajudar marcas a tomarem decisões melhores.”

Buzzwords vazias: proativo, dedicado, resiliente…
Mostre isso com exemplos, não com adjetivos.

Textos perfeitos demais, tipo redação do ENEM.
Seja claro, revise sim, mas não esconda sua voz. Pode até usar emoji (com moderação!).

LinkedIn é só o meio para o currículo – a mensagem é você

No fim das contas, o que faz alguém bombar no LinkedIn é saber usar a ferramenta pra mostrar o que tem de melhor, sem filtros corporativos demais e sem medo de parecer humano. Com um pouco de estratégia, sinceridade e criatividade, seu perfil vai deixar qualquer recrutador curioso por mais.

Então, bora dar aquele tapa no visual do seu LinkedIn, ajustar seu currículo com carinho e começar a mostrar sua trajetória de um jeito mais real e menos genérico. Inclusive, se bater a dúvida sobre o que colocar quando ainda tá começando, já sabe: cola com a gente aqui que tem conteúdo de sobra.

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